com amor, ao feminismo
para harmonizar as vozes internas que criticam,
sentem medo ou vergonha em demasia é preciso
encontrar as vozes femininas dentro de si.
quantas vezes vou repetir isso para mim mesma? como fazer isso de forma consistente e leve? se fomos educadas de forma tão violenta pelo mundo, se nossas medicinas nos foram tiradas à força, queimadas e criminalizadas na misoginia que deu vida ao capital. nossos bebês se tornaram força motriz de uma máquina que não vê nome, só número. tudo isso há pouquíssimo tempo atrás. a nossa divina capacidade de gerar vida: apenas mais um ativo do controle masculino. esse foi o trabalho do "avanço e progresso" social, nos distanciando das antigas crenças que em grande parte, tinham as mulheres enquanto líderes. e assim, punidoras bem do jeito que a sociedade ensina em silêncio, desacreditamos da nossa parte artista. duvidamos do nosso poder pessoal ancorado em uma ancestralidade cheia de brilho natural. esquecemos de quem caminhou antes e assim se rompe o fio de conexão do porque de estar aqui, vivendo de novo cenários parecidos. por isso, as vozes femininas de dentro vão se enfraquecendo, embora nunca morram.
estar em comunidade com outras mulheres não apenas é importante, como fundamental para contextualização desses sentimentos. afirmando que o que colocaram como frescura é na verdade sensibilidade.
o que nos roubaram na prática, ainda guardamos como memória fundamental em nossos corpos.
o porque disso estar tão ancorado em no nosso útero não importa. o que importa é o que fazemos daqui por diante. como seguimos nos sustentando a nós mesmas, na certeza que subimos em espiral e que cada pequeno progresso é uma celebração. pessoal, coletiva, ancestral.
sangramos todo mês afinal este é nosso grande super poder. aprendemos sobre a morte como ninguém e ainda assim, seguimos vivas e pulsantes. por nós, por nossa linhagem, por uma comunidade inteira. nos abraçamos por estarmos sendo corajosas, só assim seguimos mais preenchidas.
repitam comigo: que possamos desenhar sonhos e nutrir novas gerações que virão providas de mais amor. que possamos ver com clareza mesmo que as brumas do mundo insistam em nos cegar. nunca será fácil, mas sempre será possível e disponível para ti escolher o amor como tempero de tudo que fazes.
deixem que queimem as estruturas, os manuais.
e sobre apenas aquilo que acende profundo o teu coração.
com Amor,
aninha
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