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com calma, resisto



preparei os textos pros posts, preparei algumas artes, ensaiei uma conversa com vocês. não fiz e nem postei. senti culpa, deixei para lá, curti a família. viajei, saí de férias, voltei, descansei e adoeci. retomei o fôlego, remontei a rotina, a casa, faxinei, dormi demais, e por vezes, não dormi suficiente.

todo esse movimento de ultimamente me mudou de alguma forma que ainda não sei esculpir tão bem em palavras, mas vejo que há sim um aprendizado oculto.

quando tudo balança em volta, parece que meu senso de ancoramento redobra a vigia. fico mais suave, aprendendo a pegar leve na autocrítica, como se eu soubesse me proteger melhor de mim mesma nesses momentos. observo internamente, vejo a Sra. Palestras Repetitivas vir com seus discursos e negocio com ela como podemos redirecionar aquela energia de forma mais legalzinha e menos kamikaze…

me parece que a prática espiritual não carece apenas de complexidade profunda, livros infinitos e uma tradição enrijecida.

pelo contrário, aprendi a ver que é no eterno balançar das águas que mora a minha prática. como preparo corpo e coração para me apoiar no que sustenta firmemente: mente e estômago. esse preparo é anterior e infinito. negociar e ser honesta comigo é uma prática de autoconhecimento e acolhimento. requer autoestima e resiliência. requer amor.

nesses tempos, quando me considero longe da minha base generosa de autocuidado, no lugar da prática de 90 minutos, me sinto contenta com uma caminhada longa. quando não como tão bem, entendo que tudo é passageiro também. encontro onde posso a ressignificação, mesmo sendo bem difícil.


E qual o remédio para essa inquietação d'alma?

não trago respostas prontas, mas um modo de olhar para as coisas. quando não controlo o que está por vir, posso controlar como recebo o que vem. centrada naquilo que realmente precisa ser feito. um passo de. cada. vez. vida adentro precisamos manter os jardins regados, os desejos menos aflitos, insistir que a agitação fique cá fora.


estou ficando espertinha comigo mesma, sabe? aprendendo a me amar diferente. sem perder de vista minha ambição, as metas pessoais, mas com intenção colocando o feminino na viagem também. euzinha, geminiana e múltipla, tenho que trabalhar a aceitação e pouco a pouco sentir autosuficiência de verdade. falar aqui é fácil, trazer pra vida, outra história.


de todo modo, os céus azuis que vi, o vento que me abençoou com suas cortinas abundantes, nesses quase dois messes offline, me fizeram sentir profundo meus pulmões e escutar a voz que falava baixo aqui dentro: "aproveite, aproveite, minha querida, aproveite muito cada parte dessa existência caoticamente feliz".


quero mesmo acreditar que são essas coisas que importam, como vivi as experiências que me foram apresentadas e menos sobre como deveria estar fazendo. me parece que quando certo e errado se dissolvem, fica mais fácil ser feliz mesmo.


daqui até o final do ano já esta garantido, a sensação de inabilidade de equilibrar tudo, o tempo correndo vida afora, você, sua louça por lavar, os prazos, os chefes, a almoço para preparar... e nós: vítimas e também agentes.


ao invés de pirar estilo siri na lata, como você você faz pra ter calma?

me conta o segredo também?


um beijo carinhoso,

com Amor,

Aninha Colier


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